terça-feira, 4 de novembro de 2008

Obama é Pop!

"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação...Livre afinal, livre afinal. Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."EU TENHO UM SONHO - Discurso de Martin Luther King (28/08/1963).

Há exatos 45 anos, Martin Luther King que lutou para viver numa nação onde as pessoas não seriam avaliadas pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter, disse: “Tenho um sonho” (I have a dream).

O discurso foi pronunciado em 1963, em Washington, aos pés da estátua de Lincoln, diante de 200 mil pessoas.

Luther King ainda diria:“uma sociedade que fez coisas especiais contra o negro durante centenas de anos agora precisa fazer alguma coisa especial por ele, equipando-o para competir numa base justa e igual”.

Naquela época, em alguns Estados americanos como Alabama, “pessoas de cor” não podiam estudar em universidades de brancos.

O sonho de Martin Luther King está virando realidade?

É impossível não pararmos para pensar no episódio, vendo pela televisão o candidato à presidência, Barack Obama, chegando o mais próximo do sonho de Martin.

E nesta data histórica 04/11/2008 os Estados Unidos da América decidirá um novo rumo a maior potência mundial, quebrando barreiras, paradigmas, preconceitos, antes vividos de forma tão severa e segregacional. Barack Obama, negro e filho de muçulmano e de sobrenome Hussein, já foi classificado como "a grande esperança dos brancos" pela imprensa americana, ao incorporar o sonho de reconciliação e ao se colocar acima das divisões raciais do país.

"Escolhi disputar a Presidência neste momento histórico porque acredito profundamente que não podemos resolver os desafios de nossa era a não ser que o façamos juntos, a não ser que aperfeiçoemos nossa união ao compreender que, embora nossas histórias pessoais possam diferir, temos esperanças comuns", disse Obama.

Mesmo sem anunciar constantemente o fato de poder ser o primeiro presidente negro dos EUA, é entre os eleitores negros que Obama tem os maiores índices de votação. Uma pesquisa recente do instituto Gallup mostrou que Obama tem 93% das intenções de votos entre este eleitorado.

Contudo, outra pesquisa do mesmo instituto avaliou o impacto da questão racial e mostrou que uma grande maioria dos eleitores negros, 78%, e uma maioria ainda maior dos eleitores brancos, 88%, negam a influência da questão racial em seu voto. O mesmo cenário aparece entre os eleitores hispânicos; 60% deles afirmam que não votam por questões raciais.

A maior parte dos eleitores de Obama se concentra na camada mais jovem da população, que vive em meio à diversidade das universidades, influenciados pelo rap e pela música negra em geral, e nos americanos de 30, 40 anos, que viveram as mudanças sociais das últimas décadas. A verdadeira essência do apelo de Obama é a idéia de que ele representa o idealismo racial a idéia de que raça é algo que os EUA podem transcender. É uma idéia muito atraente. Muitos americanos realmente gostariam de encontrar um candidato negro em quem poderiam votar tranqüilamente para presidente dos EUA.

Origens

Protestante filho de muçulmano, Obama está acostumado a circular entre os mais diversos meios sociais.

Senador democrata por Illinois, ele é filho de Barack Obama, economista queniano negro educado em Harvard, e de Ann Dunham -- branca, de Wichita, no Estado do Kansas.

Nascido em Honolulu (Havaí) em 1961, seus pais se separaram quando ele tinha dois anos.

Obama morou na Indonésia enquanto criança, após sua mãe se casar com um indonésio, e depois viveu no Havaí, com seus avós brancos.

As idas e vindas deram, segundo sua própria opinião, as ferramentas necessárias para que pudesse se tornar um político hábil na hora de fazer coligações e traçar alianças.

"Ele se movimenta entre vários mundos", afirma sua meia irmã, Maya Soetoro-Ng. "É o que fez em toda a sua vida".

Adolescente rebelde

Sua adolescência no Havaí foi marcada não só por uma destacada trajetória escolar, mas também por anos de contravenção.

Na época, Obama experimentou maconha e cocaína, conforme afirma em sua biografia.

Hoje se defende das críticas, feitas principalmente pelo casal Clinton e por assessores de Hillary, dizendo crer "que o americano médio sabe que o que alguém faz quando é adolescente, há 30 anos, provavelmente não é relevante em como vai desempenhar seu papel de comandante-em-chefe e presidente dos Estados Unidos".

Até o momento, apesar de o consumo de drogas ter sido levantado pelos rivais, a questão ainda não afetou sua campanha, na opinião de Kamarck, mas poderia, caso ele seja nomeado candidato democrata, e o Partido Republicano resolva polemizar a questão.

Obama casou-se em 1992 com Michelle Robinson Obama, com quem tem duas filhas: Malia, 9, e Sasha, 6.

Formação

Apesar da juventude que pode ser taxada de rebelde, Obama obteve uma seleta formação nas universidades de Columbia e Harvard, trabalhou como professor e defensor dos direitos civis em Chicago e foi eleito senador em 2004.

Ajudado por seu carisma e um enorme sorriso, Obama ganhou uma popularidade similar à de um astro de rock. A seu favor joga também uma atitude crítica com o conflito no Iraque, com críticas feitas antes mesmo da invasão do país por tropas lideradas pelos EUA em 2003.

Apesar de se vangloriar de suas experiências de vida, a principal fonte de críticas ao senador deriva de sua inexperiência política, principalmente em cargos executivos. "Essa é a grande questão", diz Kamarck. Ele tem muito pouca experiência em nível internacional".

Os brasileiros, em geral, não acompanham a corrida eleitoral americana. Mas desta vez as eleições nos Estados Unidos estão chamando a maior atenção por aqui. Nas ruas, gente de todo o tipo conhece, admira e torce pela vitória do candidato democrata. Obama é pop.

É um momento único nos Estados Unidos. É a oportunidade de eleger um homem multicultural, pela miscigenação que ele representa. Filho de africano com uma mãe branca, morou na Ásia, acho que ele vai representar o mundo de uma maneira mais moderna. Ele vai ter um diálogo muito bom com o mundo.

Obama na cabeça!

Fonte: Folha Online

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