Homem vs Câncer de Mama
Navegando por aí encontrei uma informação de suma importância, que me fez lembrar do último post sobre o Câncer de mama. Você sabia que o homem também pode vir a ter câncer de mama? Embora com menor incidência, homens também podem desenvolvê-la. Nos últimos 15 anos dobrou o número de casos, que era pequeno embora nunca insignificante. Hoje, um homem para cada dez mulheres é diagnosticado com a doença.
Uma pesquisa, realizada na Espanha, revelou que o aumento dessa taxa está ligado ao abusivo consumo de álcool, o que influência na metabolização de hormônios do fígado.
Segundo o diretor do Instituto Canário de pesquisa do Câncer (ICIC), o espanhol Nicolas Diaz Chico, por conta de questões culturais, a taxa de mortalidade nesses casos é altíssima. "As mulheres têm mais consciência dos riscos dessa doença, fazem auto-exame e se submetem a mamografias para obter um rápido diagnóstico - o que garante alto índice de cura. Já o homem, quando encontra um volume no peito, nem imagina que possa se tratar de câncer", diz o especialista. O que torna mais dramático é que o diagnostico tardio diminui a possibilidade de cura.
No Brasil, o câncer de mama em homens ainda é muito pouco estudado, mesmo nas escolas médicas e ainda causa um grande impacto no paciente e em sua família, justamente pelo preconceito e falta de informação que cercam a doença quando ela atinge o sexo masculino. É muito comum a crença que esta é uma doença "que só dá em homens que tomam hormônios para virar mulher". Desinformado ou temeroso (ou as duas coisas), o homem esconde os primeiros sintomas da doença, só procurando o médico quando ela já se torna demasiadamente visível e avançou para um estágio de difícil cura. As raras estatísticas oficiais brasileiras revelam muito pouco sobre o perfil do homem que desenvolveu o câncer de mama, o que dá margem para toda sorte de interpretações equivocadas e carregadas de preconceito. O que se sabe é que a média de idade para o aparecimento da doença é superior à da mulher, também na América Latina. Geralmente, atinge uma única mama, havendo pouquíssimos casos de bilateralidade. Os fatores hereditários não teriam a relevância observada na mulher, por exemplo, embora haja alguns casos esporádicos de paciente cujo pai também havia desenvolvido câncer de mama. O que recentes pesquisas feitas no Brasil e no mundo apontam é para o surgimento de câncer de mama em homens com câncer de próstata que foram submetidos à terapia hormonal e nos transexuais obrigados a receber altíssimas doses de estrogênio para se feminilizar.
Segundo pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde em 2001, 1996 foi o ano em que ocorreu no Brasil o maior número de óbitos em homens vítimas de câncer de mama. Esse número não aumentou em 1997 e 1998, mas também não diminuiu. Em 1997, a Ásia era o continente que agrupava as mais altas taxas de mortalidade em homens, seguido da América do Norte, África, Europa, Oceania, América do Sul e Central, nessa ordem. Apesar de ainda ser considerada uma doença rara, o câncer de mama masculino já desperta, pelo menos, curiosidade da comunidade científica internacional. O mesmo não se pode dizer do Brasil em particular e da América Latina em geral, onde o tema sequer é discutido com mais amplitude, mesmo entre os profissionais da área.
"Não se tem notícia de nenhum levantamento amplo sendo feito em universidades e centros de estudos brasileiros. Tudo que se sabe provém de estatísticas vagas realizadas pelo Ministério da Saúde, onde o câncer de mama masculino não apresenta relevância suficiente para transformá-lo em discussão. Mas isso não quer dizer que deva ser algo para ser deixado de lado, como tentaram fazer com a Aids no Brasil, logo que surgiu no Brasil, sob alegação que o país tinha doenças mais graves e urgentes a enfrentar, como tuberculose, malária e verminoses. O resultado foi o que se viu" - lembra o mastologista Carlos Alberto do Couto, da Universidade de Pernambuco.
Fatores De Risco
O câncer de mama atinge em sua maioria homens com mais de 60 anos – dez anos mais tarde que a média de idade das mulheres atingidas pela doença. Isso não significa que os mais novos não tenham que estar atentos, já que um dos casos estudados pelo pesquisador na Unicamp ocorreu em um adolescente de 13 anos. Homens com antecedentes de câncer de mama na família, obesidade, e histórico de câncer de testículos e próstata são mais propensos à doença. A ginecomastia (excesso de tecido glandular mamário no homem) e tratamentos hormonais prolongados (como nos casos dos travestis, que fazem uso de estrogênio) também são vistos pelos especialistas como fatores de predisposição. Quando diagnosticado, o paciente se submete ao tratamento e cirurgia de retirada da mama, seguida de procedimentos complementares como radioterapia, quimioterapia e terapia com hormônios, em casos específicos. As cirurgias de reconstrução da mama não são comuns. “A probabilidade de um homem querer colocar silicone para reconstrução é pequena”, diz o especialista, que recomenda o auto exame da mama pelos homens acima de 40 anos. Notando qualquer alteração, a pessoa deve procurar um mastologista para exames clínicos e mamografia. Quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores as chances de recuperação e tratamento.
O auto exame é uma maneira simples para o diagnóstico de alterações que podem desencadear um câncer. Realizado em cinco minutos, essa técnica bem conhecida entre as mulheres é similar para os homens. Deitado, ele deve apalpar a mama e observar se há nódulos (caroços) e dores. Alterações no formato das mamas (tamanho, surgimento de pregas, depressões ou alterações na pele) podem ser observadas em frente ao espelho. Com toques em movimentos circulares, o homem deve observar a presença de secreções. As axilas também devem ser apalpadas. Esse exame é complementado no banho, quando o homem, com a ponta dos dedos, deve procurar por espessamentos e caroços na mama. Esse auto exame é recomendável para os homens com mais de 40 anos e que apresentem algum dos fatores de risco.
As incipientes pesquisas na área apontam que o câncer de mama atinge um homem a cada 100 mulheres. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer, mais de 500 homens morreram no período de 1996 a 2002 vítimas desse tipo de câncer. Nos Estados Unidos, a mortalidade chega a 400 casos por ano, e segundo um estudo publicado no ano passado na revista norte-americana Cancer, a incidência naquele país aumentou em 25% nos últimos 25 anos.
Para reverter o quadro é importante que os homens tomem consciência de que também correm o risco de desenvolver a doença. Dessa forma terão mais atenção ao corpo e ao primeiro sinal diferente na região da mama deverão consultar um oncologista.
Fatores que aumentam o risco:
- CÂNCER DE MAMA NA FAMÍLIA;
- FUMAR;
- HISTÓRICO DE EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO;
- TERAPIA HORMONAL (ESTROGÊNIO);
- CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL;
- FERIMENTO NO SEIO;
- OBESIDADE.
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